25ª Feira do Livro do Colégio traz inovações, poesia e muita literatura em seu primeiro dia

A 25ª Feira do Livro do Colégio ACM começou nesta segunda-feira (21/9), trazendo o tema “A Beleza e a Força da Literatura Negra”. Organizada pela nossa bibliotecária Aline Job, juntamente com a equipe pedagógica, o evento deu início ao seu cronograma repleto de palestras, participação de autores e propostas de atividades diversificadas acerca do tema escolhido – tudo, é claro, feito online.

Tradicionalmente, iniciamos todos os eventos do Colégio ACM com o devocional, momento dedicado à reflexão. Desta vez contamos com a participação especial de um aluno da 3ª série do Ensino Médio, Tiago Oliveira da Silva, que nos deu a honra de enriquecer este momento com uma poesia de sua autoria:

Sobre o Racismo

“Racismo

O problema em questão

Um fator estrutural, que

Como Malcolm, tem o X,

A raiz da equação.

Conscientização…

Mudar a mentalidade, percepção.

‘Se pah’’ a realidade de toda uma nação.

E tudo isso não busco pela

Violência, baderna ou ataques.

Minha revolução vai ser pacífica,

Nas avenidas, ruas, praças

E como a Rosa, Parks (parques)

Quero que todas as vidas,

Vidas que não puderam ser vividas

Mas que ainda permanecem vívidas

Quero que essas vidas não sejam

Dadas como vidas perdidas.

E que com minhas palavras,

Minha caneta, meu lápis, as vingue,

Como fez Luther King.

Não quero tudo.

Apenas o que me é de direito,

Em especial o respeito.

E que não seja apenas um conceito.

E “pra” aqueles que já se foram,

Que meus versos se façam ouvir.

Que mesmo aqueles que já se foram,

Permaneçam vivos, como Zumbi.

Eu tenho um sonho… (‘’I have a dream’’…)

Sonho que minhas palavras

Que o que escrevo, a todos cative.

E que, se tiver algum efeito,

Que seja tornar suas vidas, suas mentes

Como DJANGO

Um pouco mais LIVRE

Não é questão de prepotência, ou

Arrogância, só tento manter a pose.

Uma pose…

Na qual, depois desses versos

Eu não aceite nem um Ano de Escravidão,

Muito menos 12.

Se apenas com esses versos

Eu acho que fiz algo grande como Mandela??

Evidente que não…

Apenas, com esses versos, mostro que,

Como Mandela, minha mente

Não quer se manter em uma prisão.

Agora, que tal um pouco de realidade?

Nas listas de presença dos mais altos postos

E cargos da nossa sociedade,

Assim como nas escolas e na universidade,

O preto chega, mas leva falta.

Só agora, morrendo ou sendo ‘matado’

E com tudo sendo gravado e depois televisionado.

Com essa mensagem de socorro

Sendo ecoada cada vez mais alta

É que o Racismo, nas discussões,

Começa a entrar em pauta.

Seja no inverno ou verão,

Outono ou primavera,

O preto é a cor que mais está em alta.

E mesmo assim, aqui citando Black MC:

‘’O preto é a cor que no arco-íris, falta’’.

E então, o que acha?

Sabe esses versos e estrofes que fiz?

Se vierem a ser conhecidos,

Que não sejam embranquecidos,

Como fazem com Machado de Assis.

Não peço muito…

Só quero ser uma voz

Dentre tantas outras, a ser ouvida.

Não tenho pretensão de ser um Lázaro Ramos,

Um Will Smith, ou, que dirá, um Emicida.

Só quero espalhar pensamento

Ideias e frases… Nesse momento…

E palavras que confortam…

Mas o principal

É tornar universal, a ideia de que

TODAS AS VIDAS IMPORTAM!!!